Por   Hyeronimus Rarg

 CAPÍTULO II:  AS VITÓRIAS DO NAJACK.

Com o passar do tempo, a rivalidade entre os principais esquadrões brasileiros “reds”  fez com que o Najack se sentisse pressionado a mostrar serviço e se impor em uma arena que ficava cada vez mais competitiva. O Jambock e seu esquadrão afiliado – Pampa – deitavam e rolavam atuando juntos, como se fossem vários homens se ensaboando mutua e harmoniosamente debaixo do chuveiro... era algo para se ver de longe, mas que chamava a atenção pela eficiência.

Nessa época, o comando das operações on-line tinha sido entregue de forma permanente para Loas, que desde sua entrada no Najack havia mostrado um perfil de liderança necessário ao esquadrão. Loas tinha um jeito autoritário e se incomodava com a desorganização do Najack. Ele queria mais assiduidade dos pilotos nas SM, mais diciplina e mais rigor na aceitação de novos membros. Eu sabia que Loas tinha muitas razões e boas intenções e concordei até com sua idéia de fazer um estágio no Jambock para buscar aperfeiçoamento. Felizmente não foi  necessário que ele sacrificasse sua masculinidade pelo grupo.

A concorrência entre os esquadrões reds logo passou da arena para a lista de discussões que, na época, era administrada pelo Jambock. As tensões se acumularam de tal forma que as mediações de paz  se tornaram cada vez mais difíceis, provocando o cisma dos esquadrões reds brazucas. Os avestruzes e o Joker passaram a defender os golds, enquanto Najack e Pampa permaneceram reds. Essa história da lista por si já renderia um capítulo caudaloso e pervertido., mas eu prefiro resumi-la dizendo que, se nossa convivência na época fosse mais pessoal, os dois lados acabariam se entendendo.  Muitos membros do Jambock eram gente finíssima que apenas cumpriam ordens. O pessoal do Joker apenas cumpria ordens de quem apenas cumpria ordens... e assim vai.

A partir daí, o Jambock passou a frequentar a arena ainda mais cedo para evitar confrontos.  Eles aproveitavam que o mundo estava vazio e tomavam os “fields” quando os pilotos inimigos ainda estavam escovavando os dentes  e suas mulheres voltando da feira. Quando os sonolentos Najacks começavam a  pingar na arena para sua SM, os avestruzes estavam próximos de se mandar. Ainda assim, no entanto, havia ocasiões em que  o encontro dos velhos rivais e agora “inimigos” era inevitável. A superioridade técnica e tática do Jambock era inegável, mas o Najack era lutador e já havia evoluido muito.  Nós ainda buscávamos o primeiro “reset”, enquanto que eles queriam algo mais excitante– como se masturbar no cockpit, por exemplo J.

Um dia porém, a história do Najack mudaria para sempre, no episódio conhecido como “ A Batalha do Campo 18” (ou seria 14?) . Bom, não faz mal. O que importa é que nesse SM, após esganiçados confrontos pelo domínio territorial do cenário,  Jambocks e Joker ficaram encurralados no último “field” gold, sob intenso ataque dos reds capitaneados pelo Najack. Consciente de que a situação estava se agravando, o comandante Sydy, do Jambock, tomou a iniciativa  de escapar antes que sua retaguarda ficasse ameaçada, deixando seu harém e demais seguidores à mercê dos inimigos. Um após outro, a valorosa elite do Jambock foi abatida repetidas vezes pelos bárbaros e indiciplinados cães vadios.  Apesar do campo 18 não ter sido tomado naquele dia, adiando o tão esperado “reset”  red, foi o começo de nossa afirmação como um esquadrão que merecia ser respeitado e temido  na arena.